Chove.
Molha, meu amor, tua garganta seca.
E que o roçar dos corpos assalte tuas ganas inundando teu
sexo!
E que as bocas se comam naufragando as palavras!
Chove.
Afoga-te, meu amor, nas ondas do meu peito.
E que este grito líquido derramado em meus dedos faça vibrar
teu instinto!
E que escorra desejo a fora os fluidos esfregados na relva
das tuas coxas!
Chove.
Adentra, meu amor, e arranha minhas entranhas.
E que tua saliva quente desnorteie os destinos!
E que eu beba do teu gozo e da tua liberdade!
Chove.
Rompe os silêncios das nossas almas,
faz um alarde com teu gemido!